No último ano, a Gracie Barra viu muitas escolas em toda a Rede GB introduzirem as aulas do Programa GBF para Mulheres.

Sentamos com a Professora Márcia Carvalho da GB Georgia para conversar sobre suas aulas GBF e as experiências das alunas. Discutimos o histórico da Professora Márcia, a abordagem GBF para introduzir mulheres no Jiu-Jitsu, a conexão com outras mulheres através do Jiu-Jitsu e a formação de amizades, por que ela vê as aulas só para mulheres como benéficas, e ser mãe de uma Atleta GB.

Revelando a Professora
Márcia Carvalho

Em nossa recente conversa com a Professora Márcia Carvalho da GB Georgia, ganhamos insight sobre sua jornada e o impacto profundo das aulas GBF nas alunas. Originalmente do Rio de Janeiro, Brasil, a Professora Márcia não começou sua jornada no Jiu-Jitsu até a idade adulta depois de se mudar para os EUA. Embora seu irmão treinasse, seu pai relutava em permitir que Márcia treinasse devido às condições para as mulheres nos ginásios de Jiu-Jitsu naquela época. Refletindo sobre suas aspirações iniciais, ela lembra dos desafios enfrentados pelas mulheres na comunidade de Jiu-Jitsu durante os anos 80 e 90.

"Dentro da academia, os caras não usavam rash guards. Não havia sistema de ar-condicionado. Não era muito amigável para as meninas", explica. "Se olharmos para trás no IBJJF, acredito que a primeira divisão feminina (em competição) não foi até 1998 ou o final dos anos 90."

Empoderando através do
Programa GBF

O programa GBF, um currículo de 8 semanas projetado para mulheres, enfatiza autodefesa e técnicas fundamentais. A Professora Márcia destaca seu papel em fornecer uma comunidade de apoio para mulheres que embarcam em sua jornada no Jiu-Jitsu.

O programa GBF é projetado para atender às necessidades específicas de aprendizado de mulheres que desejam começar no Jiu-Jitsu. Completo com currículo e mensagens de empoderamento. Oferece uma comunidade para mulheres que precisam, por qualquer motivo.

Conectando-se com outras mulheres através do Jiu-Jitsu

A Professora Márcia compartilha sua crença de que, se alguém estiver se mudando para uma nova cidade onde há uma escola de Jiu-Jitsu Gracie Barra, é possível entrar em qualquer escola da GB e conseguir se conectar com um grupo de novos amigos em potencial.


Essa é uma opinião ecoada por vários outros proprietários de escolas GB. O Professor Rodrigo Clark, da GB Santa Barbara, diz que muitos futuros alunos interessados em aulas de Jiu-Jitsu lhe perguntam diretamente: "Poderei fazer amigos aqui?" As pessoas precisam formar conexões sociais com outras para uma vida saudável. Especialmente as mulheres.

A Professora Márcia diz: "Onde quer que eu viaje pelo mundo, isso é a primeira coisa que procuro: tem uma GB? Se sim, tento entrar em contato com o professor e tento conhecer as garotas e garotos daquela academia. Depois pergunto, 'Ei, qual é um bom restaurante? Qual é um bom lugar para ir? O que devo fazer?' É uma ótima maneira de ter comunidade e apoio onde quer que você vá."

Quebrando Barreiras: Abraçando Aulas Apenas para Mulheres

A Professora Márcia admite que, inicialmente, ela não estava totalmente a bordo quando pensava no formato de uma aula de Jiu-Jitsu apenas para mulheres.

"Sempre fui muito hesitante em ensinar uma aula apenas para garotas", diz ela, "Nunca foi uma grande coisa minha." A Professora Márcia continua explicando: "Sempre motivei as garotas a treinar, embora em um cenário misto. Porque sempre senti que, se quiséssemos fazer isso para autodefesa, muito provavelmente a pessoa que ia nos atacar não seria uma garota." A Professora Márcia pensava que as mulheres precisavam aprender a interagir com os homens ao aprender autodefesa para ter uma experiência de treinamento válido.

Somente depois de conhecer a Professora Nika Schwinden, ela mudou sua filosofia sobre aulas de Jiu-Jitsu exclusivamente para mulheres.

"Só mudou o meu mundo depois do Campeonato Pan-Americano em 2022 que a Professora Nika e eu passamos alguns dias juntas. Ela realmente compartilhou comigo sua visão para o GBF", recorda a Professora Márcia, "E isso mudou meu mundo."

A Professora Márcia elabora sobre a reunião: "Saber que muitas (mulheres) agora não estão no lugar certo para poder treinar com o sexo oposto. Não sabemos pelo que estão passando na vida. Quando oferecemos esse lugar para ela vir, e não só aprender autodefesa, mas também superar esse medo, e eventualmente poder treinar com outros caras. Estar ao redor de caras. É poderoso."

Após essa conversa com a Professora Nika que mudou sua perspectiva, a Professora Márcia se inspirou a começar a ensinar uma classe apenas para mulheres GBF.

A Professora Márcia abraça o propósito do programa GBF como um gateway para a entrada no Jiu-Jitsu para pessoas que de outra forma poderiam estar apreensivas em se juntar à classe GB1 Fundamentos.

Um ambiente escolar acolhedor
 para as mulheres

A Professora Márcia expressou como é importante cultivar uma atmosfera de apoio e comunicação aberta dentro do grupo de mulheres que treinam em sua aula GBF.

"Nos sentimos confortáveis conversando umas com as outras. O lugar para o qual você pode vir onde se sinta bem-vinda. Não há perguntas bobas. Não vai ter algo que você pense, 'Ah, não deveria fazer esta pergunta porque alguém vai me olhar estranho', diz a Professora Márcia.

"Eu crio um ambiente super confortável e super aberto para todos. Desde o faixa branca que nunca fez Jiu-Jitsu até algumas das minhas faixas marrons que continuam vindo e se apoiando umas nas outras," diz a Professora Márcia, "Isso é a coisa muito poderosa sobre o Jiu-Jitsu. Uma vez que alcançamos algumas das faixas coloridas, quando começamos a ensinar outro, é quando estamos aprendendo mais."

A Jornada de uma Mãe: Nutrindo nos Tatames e Fora deles

Refletindo sobre seu papel como mãe de uma Atleta GB, a Professora Márcia destaca o impacto transformador do Jiu-Jitsu na dinâmica familiar.


"É incrível", reflete. "Ir ao Jiu-Jitsu com meus filhos, ser capaz de criar minha filha nos tatames, provavelmente foi a coisa mais inteligente que fiz como mãe!"


A Professora Márcia faz referência ao velho ditado 'É preciso uma aldeia para criar uma criança,' e lamenta que as mudanças sociais e a maneira como as pessoas vivem nas cidades modernas tenham mudado a forma como as crianças crescem.

"Não praticamos isso (aldeia criando uma criança) tanto ou vemos isso em ação. Foi preciso uma aldeia para criar minha filha", diz a Professora Márcia. "Não porque ela fosse difícil... ela era uma ótima criança. Agora minha filha está completando 19 anos e se dedicou à carreira de Jiu-Jitsu. Ela é uma instrutora de Jiu-Jitsu incrível."


A Professora Márcia indicou que a aldeia em que cresceu como aluna da Gracie Barra e nos tatames com todos os técnicos e professores dos quais aprendeu ajudaram a torná-la quem ela é.


A Professora Márcia acredita - tanto por sua própria experiência como mãe de Jiu-Jitsu e observando as experiências compartilhadas de crianças e seus pais fazendo Jiu-Jitsu como uma família - que isso oferece uma oportunidade para as famílias terem experiências valiosas juntas.


"É muito poderoso poder dizer isso a uma mãe que está trazendo seus filhos", diz a Professora Márcia, "Não apenas traga seus filhos, FAÇA a aula com eles!"


A Professora Márcia diz: "Porque é um vínculo difícil de explicar. O que você tem quando está nos tatames juntos." A Professora Márcia acredita que esse vínculo que ocorre nos tatames na aula abre os canais de comunicação entre uma mãe e seus filhos.


"Isso ajuda você com aquelas coisas sobre as quais você quer falar em casa, que às vezes não sabe como abordar," explica a Professora Márcia, "Mas nos tatames, após uma boa sessão com sua filha, você consegue abordar. Ou às vezes nem precisa abordá-las porque já está resolvido. Porque esse tempo no tatame é meio que o tempo da terapia."

Honrando o Legado das
 Mulheres da GB

A Professora Márcia destaca que crescer no estilo de vida do Jiu-Jitsu proporcionou à sua filha algumas oportunidades em sua vida que não estavam disponíveis para as gerações anteriores de jovens mulheres. Competir, viajar e ensinar Jiu-Jitsu como uma forma de ganhar a vida com algo que ela ama.


"É uma carreira diferente que abre portas para as mulheres. Em algo que antes, nem sequer tínhamos uma divisão feminina em competições", diz a Professora Márcia. "Agora temos proprietárias de escolas como Fabiana Borges, que é a única proprietária, mulher, de seu negócio."


A Professora Márcia reconhece as contribuições das mulheres pioneiras dentro da Gracie Barra, homenageando mentoras que moldaram o ethos das Mulheres da GB e do programa GBF.

GBF em cima dos ombros de gigantes

A Professora Márcia reconhece rapidamente as contribuições das grandes instrutoras de Jiu-Jitsu da GB que ajudaram a moldar a filosofia em torno das mulheres no Jiu-Jitsu e do programa GBF.


Arriscando-se a deixar de mencionar algumas das mulheres do Jiu-Jitsu da GB, a Professora Márcia menciona algumas das mulheres que a impactaram. A Professora Ana Laura Cordeiro como a primeira competidora significativa que a inspirou. Ela credita à Professora Nika Schwinden e às conversas que tiveram sobre o Programa GBF que a influenciaram a começar a ensinar aulas exclusivamente femininas em sua escola GB Georgia. A Professora Márcia retornou recentemente de uma viagem para treinar com a Professora Fabiana Borges, que ela lista como uma tremenda modelo a seguir para ela e como tendo profundamente impactado sua jornada no Jiu-Jitsu.


E por último, a Professora Vivi Almeida é outro modelo a seguir para as Mulheres da GB. A Professora Márcia credita à Professora Vivi por expressar a ela o quanto é importante falar, agir e se vestir como uma líder nos eventos da GB porque ela é um modelo para todas aquelas mulheres que vêm depois dela.


O Programa GBF é um produto das mentes e experiências das Mulheres da Gracie Barra. É uma ferramenta poderosa para elevar sua escola, capacitar as mulheres em sua comunidade e se conectar com o ambiente familiar no qual a Gracie Barra acredita profundamente.


Enquanto celebramos o Dia Internacional da Mulher, vamos nos inspirar nas histórias de mulheres como a Professora Márcia Carvalho, que incorporam o espírito de empoderamento e resiliência nos tatames e fora deles.

Para aqueles interessados em saber mais sobre o programa GBF, visitem o PCI 2024 em institute.graciebarra.com.br e juntem-se a nós em apoiar o empoderamento das mulheres através do Jiu-Jitsu.