Como Lidar Com Seus Pensamentos Quando Estiver no Tatame

Enquanto me dedico nos tatames e no meio do caminho para o meu dia-na-vida de um aspirante a faixa preta (comecei a levar o treinamento a sério, levei em grande consideração que eu também quero ser bom no Jiu-Jitsu), eu pude perceber muito sobre os esforços físicos relacionados ao Jiu-Jitsu brasileiro. A vida, como a conhecemos, se manifestará nos tatames. Mais frequentemente do que somos capazes de perceber.


Hoje foi um dia em que tive que lidar com uma das facetas do Jiu-Jitsu. É uma lição difícil que eu precisava aprender. É tudo sobre MEDO.


Embora muitos não admitam, muitas pessoas têm medo do Jiu-Jitsu, e hoje, esse medo me pegou pra valer. Pode ser qualquer coisa. Pode ser tão trivial quanto se machucar, ou cair no tatame um pouco mais forte. Ou um medo infantil, como fazer papel de bobo na frente de seus parceiros de treinamento ou espectadores na academia. Pode ser tão complexo quanto o medo de falhar, ou corresponder às expectativas de seus pares ou pior, às suas mesmo.


Tudo aconteceu enquanto fazíamos drills de quedas. O medo de me machucar inicialmente veio, eu caí de cara no chão. A dor era demais. Ela reverberou para a minha coluna e para minhas extremidades. Enquanto tentava me levantar para ser derrubado (de novo), percebi que estava com medo. Entrei em pânico enquanto a sessão de treinamento continuava. Então senti minha respiração ficando mais rasa e mais curta. Comecei a entrar em pânico.


"Não tema o fracasso. — Não o fracasso mas mirar baixo é o crime.

Em grandes tentativas, até mesmo falhar é glorioso." Bruce Lee


Isso me congelou. Foi embora tudo que tinha lido e praticado sobre. Era como se o Otávio Sousa tivesse conseguido um bom controle do meu pescoço e estava lentamente me estrangulando. O que ocorreu depois foi o pesadelo de todo instrutor: um aluno assustado e se recusando a continuar. Eu me desculpei e fui para a beira do tatame. Pensativos, e sentado quieto enquanto os outros continuavam com suas próprias jornadas de Jiu-Jitsu. Enquanto eles com tanto coração... Eu desisti. Quais são meus medos, se você perguntar? Estes são bastante rudimentares. Pelo menos para um novato.


Entrei na internet e desabafei minha frustração com um dos muitos irmãos Gracie Barra. Um Faixa Preta.


Contei a ele sobre o que aconteceu no tatame, e ele me deu algumas dicas sobre MEDO e como lidar com ele.


Aqui está o que ele tinha a dizer sobre isso:


“O medo é natural. É perfeitamente bom ter medo disso. No tatame, há muito do que se ter medo; se machucar, humilhação, insegurança, e o medo de ficar para trás com suas habilidades. Isso é comum, eu lhe digo. Eu vi alunos que pareciam estar devastados porque eles não foram capazes de acompanhar. Mas eu te digo isso, a jornada do Jiu-Jitsu é longa. A faixa é algo para segurar seu kimono, a verdadeira lição é o estilo de vida. Todos nós entramos no Jiu-Jitsu porque queremos viver uma vida melhor, certo? Saúde e amizade, e uma mente e corpo sãos é o que mais importa.


Controle seus medos através do conhecimento. Entenda dor e lesões. Mergulhe em si mesmo, irmão. Aprenda as técnicas. Vou te dizer, será doloroso, mas confie em seus instrutores com as técnicas. Aprenda a viver isso. Vou te dizer, será muito gratificante.”


Essas palavras nunca falharam em me inspirar. Pode ter inspirado outros que tiveram a sorte de cruzar o caminho dele. Meu medo parece ter diminuído, se não, eu estou indo muito bem lidar com ele. Ainda não descobri. Mas uma coisa é certa, aprendi muito sobre medo. O conhecimento de como usar o medo canalizando-o para o seu Jiu-Jitsu é ótimo.


Com medo ou não, lesionado ou não, continuarei minha jornada até a tão desejada Faixa Preta. E, no processo, passarei o conhecimento para meus futuros alunos.