"Mas, quando vou ficar bom?" Quantas vezes eu perguntei isso nos últimos dois anos de treinamento na Gracie Barra? Quando vou ser bom o suficiente? Quando vou chegar a um nível de competência? Por que sinto que as pessoas acham que sou ruim? Por que eu sou ruim? Quando poderei finalizar alguém sem problemas?
Finalizar alguém no tatame é a forma máxima de vitória no Jiu-Jitsu, certo? Não há pontos a serem contados, sem árbitros para decidir um vencedor, e nenhum resultado contestado. Para muitos que treinam na Gracie Barra, em todo o mundo, o objetivo é se tornar tão bom que as finalizações venham facilmente.
Este é um objetivo genuíno e que todos nós devemos nos esforçar se quisermos melhorar nossa habilidade técnica, mas eu proponho que nós, como praticantes da "Arte Suave" nos concentremos em algo diferente: submissão ao processo de aprendizagem de Jiu-Jitsu.
Do meu ponto de vista, há dois aspectos para se submeter ao processo: evolutivo e filosófico.
Quando minha sobrinha entrar em seu primeiro dia de jardim de infância em Agosto, sua professora não terá nenhuma expectativa que ela resolva a segunda lei da termodinâmica. Ela estará mais preocupada em ensinar simples adição e subtração. O processo de evolução deve ser permitido fluir naturalmente, dando a minha sobrinha o ritmo adequado e velocidade para se mover através do mundo da matemática: habilidade sendo construída sobre habilidade.
Da mesma forma, quando estou no tatame, como faixa azul, e inicio um rola com um parceiro, não posso esperar fazer a chave de braço incrível do Professor Paulo Castro (sério, veja e se surpreenda), se eu não tiver passado pelo processo de aprendizagem do básico: habilidade de construção em cima de habilidade. Para executar até mesmo uma simples chave de braço, eu preciso saber uma infinidade de movimentos fundamentais: onde fazer pegada, controle do braço, movimento do quadril, equilíbrio, oportunidade etc. Há uma razão pela qual todos nós começamos com a aula fundamental. Dica útil: Se você desistiu, assistir uma aula fundamental em sua escola de vez em quando é uma boa decisão para todos. Leva você de volta às suas raízes e faixas brancas adoram e precisam da experiência.
Submeter-se à filosofia do Jiu-Jitsu é mais complicado. Requer um compromisso mais profundo e pode, às vezes, ser confuso. A seguir estão alguns dos muitos dogmas para o processo.
1. Humildade: Você somente é o melhor até que o melhor apareça. Até campeões mundiais são finalizados. Repetidamente. Todos os dias. Tenha a humildade de aceitar que você tem muito a aprender, e que o processo de aprendizagem nunca termina. A faixa preta é apenas o começo para dominar a arte, não o fim.
2. Paciência: Jiu-Jitsu é tanto sobre mente quanto corpo. Aprender a dar um tempo, fazer uma pausa e pensar sobre o movimento é fundamental para dominar a técnica. A viagem pelo Jiu-Jitsu é um esforço para a vida, tenha paciência para abraçar plenamente a jornada.
3. Controle: Frustração, raiva e violência desnecessária impedem o crescimento e são antitéticos aos fundamentos filosóficos do Jiu-Jitsu. Assim como controlar o quadril de seus oponentes impede que eles escapem, controlar emoções negativas promove harmonia e controle no tatame e fora.
4. Tenacidade: Seja tenaz em tudo o que você faz. Quando você for finalizado, volte para o jogo. Quando você for derrubado, volte a ficar em pé. Fracasso e frustração fazem parte do processo. Aceite-os e aprenda com eles tenazmente.
5. Cooperação: Não podemos aprender Jiu-Jitsu sozinho. O trabalho em equipe e a cooperação são elementos fundamentais para o processo. Todo sucesso e fracasso devem ser compartilhados como um time, uma família. Aproveite o tempo para conhecer uns aos outros. Em vez de apenas procurar a fraqueza de um oponente, encontre sua força e ajude-os a se desenvolverem. Quanto mais fortes somos como uma equipe, mais fortes nos tornamos como praticantes, também.
... e, finalmente:
6. Divirta-se: Jiu-Jitsu não é um jogo de perde e ganha. Pode haver vencedores e perdedores para torneios, mas na realidade, enquanto você pisar no tatame e se divertir enquanto estiver ali, todo mundo ganha. Eu sei, parece clichê, mas é verdade. Jiu-Jitsu pode ser, e é, pura diversão.